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Incêndio dura 12 horas e atinge depósito de borracha em Caratinga

11/02/2014 08h44 – Atualizado em 11/02/2014 08h44

Bombeiros utilizavam cerca de 230 mil litros de água para conter o incêndio.

Moradores relatam que fizeram denúncias sobre a situação do depósito.

Patrícia BeloDo G1 dos Vales de Minas Gerais

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O incêndio durou cerca de 12 horas, diz sargento  (Foto: Patrícia Belo / G1)O incêndio durou cerca de 12 horas, diz sargento (Foto: Patrícia Belo / G1)

Um incêndio em um depósito de borrachas, que começou  por volta das 20h, da noite dessa segunda-feira (10), no residencial Porto Seguro, cidade de Caratinga durou cerca de 12 horas para ser controlado. Segundo informações do Corpo de Bombeiros, não houveram feridos.

De acordo com sargento Leonardo Cangussu, quando os militares foram avisados do incêndio, a guarnição foi informada que trataria de um lote vago. Ao chegar no local, os bombeiros viram que era um depósito de borrachas.

“Chegamos com poucos militares e também somente um caminhão, mas vimos que o incêndio era de grande proporções e que tinham casas ao redor do local. Acionamos mais homens e até mesmo a brigada de incêndio da Usiminas”, diz Cangussu.

O sargento conta ainda que dentro do lote havia muito mato e borracha com óleo. “Este um material que quando entra em contato com o fogo tornasse bastante combustível, o que dificulta o trabalho de conte às chamas”, completa.

Para apagar o incêndio até a madrugada desta terça-feira (11), por volta da 1h, cerca de 80 mil litros de aguá foram utilizados e a previsão é de que até no inicio da manhã, os militares teriam utilizados mais de 150 mil litros de água.

Casa atingida

Ao lado do depósito, a família de Talles Camilo Avila percebeu que as chamas estavam próximas à casaa. O estudante conta que sua mãe chegou em casa por volta das 19h30 e viu fogo na calçada próxima de sua casa. Avila relata que o fogo alastrou e começou a atingi o telhado do imóvel.

“Em poucos minutos o fogo chegou a uma altura equivalente a dois poste de luz. O muro da minha casa faz divisa com esse depósito e as chamas chegaram atingir meu terraço. Minha mãe ficou desesperada ligou para os bombeiros e ela e os vizinhos começaram a jogar baldes de água para conter as altas chamas”, relata.

Ricardo Ferreira Pinto também é vizinho do depósito de borrachas. Segundo o empresário,  da sacada do seu apartamento ele teria visto as chamas e também sentiu o cheiro de queimado. A princípio, ele não se preocupou porque é comum a prática de queimadas em seu bairro, devido ao grande número de lotes vagos existentes.

“Infelizmente nesse residencial ainda existe vários lotes vagos, e os proprietários preferem tacar fogo do que pagar alguém para capinar. Passados poucos minutos, eu percebi que a fumaça estava ficando preta e vi também que as chamas estavam muito alta. Desci para rua e mãe do Talles estava desesperada procurando ajuda”, relata.

Na casa dos Avilas, as chamas chegaram a atingir o padrão de energia. A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) esteve no local e técnicos realizaram o desligamento do  fornecimento de energia nas proximidades. Os bombeiros também tiveram que conter com mais agilidade as chamas que estavam perto da casa, para evitar a queda do muro.

Denúncias

Durante a ação dos bombeiros de combate ao incêndio, diversos moradores disseram que já teriam feito denúncias a Prefeitura de Caratinga sobre a situação do deposito de borrachas. Laércio Teodoro Carreiro é membro da associação de moradores do residência Porto Seguro, disse que já tentou conversar com os órgãos responsáveis e até mesmo com o proprietário da borracharia, mas nada teria sido feito.

“Moro há muitos anos no residencial e sempre denunciei a situação deste depósito de borrachas próximo às casas, o que eu acredito ser irregular. Fiscais da prefeitura já estiveram no local, mas infelizmente nada foi feito. Eles esperaram acontecer o pior, para quem sabe agora tomar alguma providência”, diz Carreiro.

Dentro do lote havia muita borracha, óleo e mato (Foto: Patrícia Belo / G1)Dentro do lote havia muita borracha, óleo e mato
(Foto: Patrícia Belo / G1)

Talles confirma a denúncia e diz que sua mãe é vizinha deste depósito desde que o local teria sido criado. O estudante relata que também já informou aos responsáveis sobre a situação e até mesmo participou do abaixo assinado que foi criado para tentar retirar o armazém de borrachas.

“Sempre nos sentimos ameaçados com este depósito tão próximo de nossa casa. Agora que o pior aconteceu, temos que agradecer a Deus que nada de ruim aconteceu comigo e nem com minha família, pois poderia ter sido pior. Como ficamos agora? Estamos correndo risco de perde parte da estrutura da casa. É lamentável” , finaliza.

O proprietário do depósito, o empresário Amarildo Bastos estava no local do acidente e acompanhou todo o trabalho dos bombeiros para conter as chamas. O comerciante não quis gravar entrevistas, mas segundo o sargento Cangussu, o dono do lote contratou um caminhão pipa particular, para ajudar no combate ao incêndio e também uma retroescavadeira para auxiliar na retirada dos mato e das borrachas que ainda estavam no local.

A Polícia Militar esteve no local fez o boletim de ocorrência, mas não soube informou as causas do acidente. A reportagem do G1 dos Vales de Minas Gerais tentou contato com a Prefeitura de Caratinga para confirmar as denúncias de irregularidades sobre o funcionamento do depósito, mas não conseguiu contato.

Incêndio começou por volta das 20h dessa segunda-feira (10) (Foto: Patrícia Belo / G1)Incêndio começou por volta das 20h dessa segunda-feira (10) (Foto: Patrícia Belo / G1)

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