“Não há qualquer indício sobre qualquer crime em relação a esse incêndio. Embora toda uma investigação já esteja sendo feita. O estado está abrindo um processo administrativo de sindicância. É uma investigação especialmente difícil por conta do colapso de parte do prédio”, diz o governador Eduardo Leite.
2. Por que se alastrou tão rápido?
Segundo o comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar do estado, coronel César Eduardo Bonfanti, o prédio é antigo e tem uma carga de incêndio muito grande.
“Com essas características, divisórias combustíveis enfim, a propagação é muito fácil”, diz.
Todos os nove andares do prédio foram afetados. A estrutura era dividida da seguinte forma:
De acordo com o secretária de segurança pública, Ranolfo Vieira Júnior, foram destruídos apenas bens materiais como equipamentos e móveis, já que os sistemas são todos digitalizados.
Sobre os serviços afetados pelo incêndio, a Secretaria de Segurança Pública informou que, a princípio, não houve prejuízos. O IGP, por exemplo, funciona somente com a parte administrativa e financeira no local. Não há prejuízo de qualquer perícia, nem de produção de prova pericial.
“Ainda estamos levantando tudo. Assim que possível informaremos. Mas em princípio, não houve qualquer prejuízo”.
4. Ainda há risco de desabamento?
Ainda há risco de novos desabamentos, segundo Bonfanti.
“Nós estamos ainda seguindo no rescaldo. O rescaldo é externo, por isso a dificuldade. Nós não temos como acessar até mesmo porque vários andares desabaram e estão até mesmo impedindo o acesso ao prédio”, diz.
O vice-governador Ranolfo Vieira Júnior destacou que estão sendo feitas avaliações técnicas na manhã desta quinta. “Estamos com engenheiros da Secretaria de Obras, do IGP, fazendo a avaliação técnica estrutural do prédio, para que se for possível, nós liberarmos o trânsito de veículos na Castelo Branco, afim de evitar um transtorno maior, para aqueles que utilizam a importante via de escoamento de trânsito”, diz.
Segundo o Corpo de Bombeiros, o Plano de Prevenção contra Incêndios (PPCI) estava em dia.
“Era um PPCI integral, que estava já aprovado plenamente pelos Bombeiros, e estava na sua fase de execução. Tínhamos um contrato com uma empresa privada que estava fazendo esse trabalho. Estávamos no segundo mês de execução desse projeto de PPCI [de 6 meses no total]”, disse Ranolfo.
A SSP-RS informou que o prédio não tinha sprinklers, chuveiros acionados automaticamente em caso de fumaça ou calor, gerando escoamento de água.
6. O que funcionava no local?
No imóvel, funcionam os setores administrativos da Segurança Pública: Instituto Geral de Perícias (IGP), Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), Detran, além do serviço de 190 da Brigada Militar, que ficou inativo, mas já foi retomado.
7. Quem são os bombeiros desaparecidos?
Dois bombeiros que trabalhavam no combate às chamas estão desaparecidos. De acordo com Bonfanti, um dos servidores é o tenente Deroci de Almeida da Costa, com 22 anos como bombeiro. Ele estava comandando as guarnições em um primeiro momento, quando desapareceu. O outro é o sargento Lúcio Ubirajara Munhoz, há 31 anos na corporação, e que estava de folga. Munhoz trabalha no Comando do Corpo de Bombeiros e foi ao local de forma voluntária para ajudar.
“Já acessamos o prédio, desde o início da manhã, estamos com as nossas equipes de salvamento especializada fazendo as buscas. Em seguida entraremos com equipes com cães. Teremos quatro equipes”, destaca.
8. O que será feito com o prédio?
De acordo com o secretária de segurança pública, Ranolfo Vieira Júnior, provavelmente o prédio será totalmente demolido e um novo local de trabalho será construído.
Por hora, os funcionários serão realocados.
Três peritos criminais e dois fotógrafos criminalísticos do Departamento de Criminalística do IGP trabalham no levantamento preliminar no prédio. Eles fazem o registro da situação externa do prédio, observando onde a estrutura está mais deteriorada, que são vestígios importantes para entender a dinâmica do incêndio e do desabamento.
Imagens de drones devem ser captadas para observar os locais mais atingidos e os locais de difícil acesso. O trabalho deve continuar com a análise das imagens obtidas no início do fogo, além de documentos, como a planta do local, e o depoimento das testemunhas.